1932, Jogos Olímpicos de Los Angeles, os atletas brasileiros temiam novamente que a escassez de recursos os deixasse fora de mais uma olimpíada, e esta já seria a terceira consecutiva.
Nessa época, no Brasil, não havia investimentos suficientes direcionados aos atletas e, quando havia, era muito pouco e apenas o futebol desfrutava de alguma atenção, mas que era bem menos que a necessária.
Os atletas estavam apreensivos, haviam treinado muito motivados pela promessa feita pelo governo de que o Brasil disputaria as Olimpíadas de Los Angeles, mas as notícias que chegavam não eram boas, e os recursos enviados a eles eram suficientes para que apenas metade da delegação conseguisse partir. Todos tinham um sonho e algo precisaria ser feito.
Neste período, a cultura do café ainda gerava muito dinheiro no país e, na busca desesperada por recursos, eis que um atleta chamado Lúcio de Almeida Castro teve a curiosa idéia de convencer seus companheiros a vender café e depositar o dinheiro arrecadado em um fundo pró-olímpico.
A empreitada foi um sucesso, foram vendidas inacreditáveis 50 mil sacas de café e os 58 atletas brasileiros embarcaram rumo a Los Angeles pelos próprios méritos.
O Brasil acabou não obtendo grandes resultados, mas a força de vontade mostrada para conseguir competir chamou a atenção do público para a falta de incentivo do governo, fazendo com que este tivesse participações mais significativas, finalmente ativando, em 1935, o Comitê Olímpico Brasileiro, anteriormente criado em 1918, mas sem nunca ter entrado em funcionamento.
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